Uma luneta é um telescópio refrator. Foi o primeiro tipo de telescópio a ser inventado e foi o tipo de telescópio utilizado por Galileu Galilei para fazer as suas descobertas que viriam a revolucionar a ciência. Em 1610 foi publicado o famoso livro de Galileu, “Sidereus Nuncius”, onde ele apresenta as descobertas que fez com sua luneta, ainda que as lunetas na época eram de qualidade muito inferior às lunetas atuais.
Uma luneta (telescópio refrator) é constituída por um tubo relativamente longo. Numa extremidade desse tubo está uma lente que recebe a luz do exterior. Essa lente é chamada de objetiva. Na outra extremidade está uma outra lente, chamada de ocular, através da qual podemos ver a imagem ampliada.
Como foi referido anteriormente, este foi o primeiro tipo de telescópio a ser inventado. Porém, não se sabe ao certo quem é que foi o inventor nem quando foi inventado. O primeiro a utilizar para fins astronómicos e a publicar as suas observações foi Galileu Galilei, causando uma verdadeira revolução na ciência. Mas não foi ele o inventor da luneta.
Em Setembro de 1608, um oculista alemão (que obteve também a nacionalidade holandesa) de nome Hans Lippershey, deslocou-se a Haia, capital da República Holandesa, com o intuito de submeter a patente da luneta. Porém depressa o assunto se complicou, pois a autoria do invento foi logo disputada, surgindo reclamações de Zacharias Jansen e de Jacob Metius.
Antes disso, em 1589, o italiano Giovanni Baptista Della Porta já teria apresentado um arranjo óptico com duas lentes que aumentaria as imagens dos objetos. Quando este soube a existência do telescópio de Galileu, reclamou a sua prioridade na invenção da luneta.
A invenção do telescópio continua envolta de polémica, pois outros nomes surgiram como possíveis inventores do telescópio, tais como os ingleses Leonard Digges e William Bourne, o italiano Girolamo Fracastoro, o catalão Juan Roget, e até mesmo Leonardo da Vinci, entre outros nomes. Porém, independentemente de quem foi realmente o inventor da luneta, é certo que este instrumento de observação veio revolucionar a ciência.
Ainda nos dias atuais se utiliza este tipo de telescópio. Evidentemente que as lunetas atuais são muito mais aperfeiçoadas que as do séc. XVII.
Atualmente os telescópios refratores são muito utilizados pelos astrónomos amadores. Existem lunetas de qualidade muito variada, e consequentemente com preços muito variados.
Um dos aspetos a ter em conta é a abertura (objetiva). Quanto maior for o tamanho da objetiva mais luz esta recebe e mais luminosa a imagem se torna. Isso faz com que o tamanho da objetiva seja um dos principais aspetos a ter em conta. Isto é válido para qualquer tipo de telescópio, seja ele refrator, refletor ou catadióptrico.
Um dos problemas dos telescópios refratores é a chamada aberração cromática, um efeito causado pelas lentes que faz com que a imagem perca um pouco da sua nitidez. Apesar disso existem formas de minimizar esse problema. Daí surgiram os chamados telescópios refratores acromáticos, em que a objetiva é constituída por duas lentes, minimizando de forma significativa o problema da aberração cromática. Melhores que os refratores acromáticos são os telescópios refratores apocromáticos, estes últimos significativamente mais caros que os acromáticos.
As lunetas de 60 mm foram o primeiro telescópio de muitos astrónomos amadores. Isto deve-se ao fato de serem relativamente baratos e fáceis de utilizar. Este telescópio, ainda com uma abertura pequena, proporciona uma bela imagem da Lua, permite ver o planeta Júpiter com seus 4 principais satélites, permite ver o planeta Saturno com seus anéis, entre outros objetos celestes de interesse. Para um iniciante em observação astronómica, ou para alguém que apenas pretende observar o céu noturno por mera curiosidade, um telescópio refrator com abertura de 60 mm pode ser o suficiente. Mas se alguém pretende ir mais longe nas observações astronómicas, um refrator de 60 mm é manifestamente insuficiente. Alguém que pretenda fazer observações mais aprofundadas, com boa qualidade, terá de procurar um telescópio com uma abertura maior.
Dependendo daquilo que se pretende, um telescópio refletor (que tem como objetiva um espelho) pode ser uma boa alternativa às lunetas. Para uma mesma abertura, um telescópio refletor geralmente é mais barato que um refrator.
O maior telescópio refrator do mundo é o do Observatório de Yerkes, localizado em Williams Bay, no Wisconsin, Estados Unidos da América. Esse telescópio tem uma abertura de 1 metro.
Atualmente, os maiores telescópios profissionais do mundo são refletores, sendo o maior deles o Gran Telescopio Canarias, com abertura de 10,4 metros, e está localizado na Ilha de La Palma, arquipélago das Ilhas Canárias.