Plutão – Planeta Anão

Plutão e três dos seus satélites

Créditos: H. Weaver (JHU/APL), A. Stern (SwRI), and the HST Pluto Companion Search Team

Plutão, atualmente considerado planeta anão, foi até 2006 considerado como planeta. Este é um mundo longínquo, de difícil observação a partir da Terra. Sua órbita cruza com a órbita do planeta Neptuno, mas grande parte do tempo Plutão está mais longe do Sol que Neptuno. Vamos conhecer as principais características de Plutão.

Plutão foi descoberto pelo astrónomo norte-americano Clyde Tombaugh em 1930. Na altura foi classificado como planeta, o planeta Plutão. Era assim considerado como o nono planeta do Sistema Solar. Porém, em 2006 quando foi criada a categoria de planeta anão, Plutão deixou de ser considerado planeta e passou a ser considerado como planeta anão.

Dada a grande distância que estamos deste planeta anão, a observação a partir do planeta Terra é bastante difícil. Plutão desvendou muito dos seus segredos em Julho de 2015, quando a sonda espacial New Horizons passou pelas proximidades deste planeta anão.

Através da sonda espacial New Horizons ficamos a conhecer com mais precisão o diâmetro de Plutão, que é de cerca de 2.370 km, sendo este o maior elemento da Cintura de Kuiper. A Cintura de Kuiper é uma região do Sistema Solar que vai desde a órbita do planeta Neptuno, ou seja, 30 UA do Sol até 50 UA do Sol, existindo aí inúmeros asteróides e também alguns candidatos a serem, no futuro, considerados como planetas anões.

Plutão está a uma distância média do Sol de um pouco mais de 5.900 milhões de km. A sua órbita está longe de ser circular, pois quando Plutão está no periélio (ponto da órbita mais próximo do Sol) a distância é de cerca 4.436 milhões de km do Sol; quando Plutão está no afélio (ponto da órbita mais afastado do Sol) a distância é de cerca 7.375 milhões de km do Sol. Apesar da órbita do planeta anão Plutão parecer cruzar com a órbita do planeta Neptuno quando visto “de cima”, não existe perigo de colisão, pois devido à inclinação da órbita de Plutão, quando este parece cruzar a órbita de Neptuno na realidade passa num plano bastante afastado. Para além disso, um outro factor impediria a colisão: estes objetos celestes estão numa ressonância em que por cada três órbitas de Neptuno em volta do Sol, Plutão completa duas órbitas em volta do Sol, sendo que essas posições relativas repetem-se a cada duas órbitas de Plutão.

O período de translação de Plutão é de cerca 248 anos, e o período de rotação é de pouco mais de 6 dias e 9 horas.

A superfície de Plutão é essencialmente constituída por azoto gelado, sendo que também existe metano gelado e monóxido de carbono gelado, porém em muito menores quantidades. A superfície demonstra grande variedade de brilho e de cor, apresentando um forte contraste entre suas diversas regiões. Para além disso, com o passar do tempo, observações a partir da Terra, tem apresentado Plutão com alterações no brilho e na cor, podendo ser devidas à condensação e sublimação da ténue atmosfera de Plutão, causadas pelas alterações de temperatura. De salientar que a temperatura na superfície de Plutão ronda os -230 ºC, mas tem algumas variações provocadas pela diferença da distância do planeta anão em relação ao Sol.

A New Horizons também nos mostrou uma superfície de Plutão que aparentemente aponta para que este planeta anão seja geologicamente ativo.

Apesar de ser até mais pequeno que a nossa Lua, Plutão possui uma ténue atmosfera. O principal constituinte dessa fina atmosfera é azoto (nitrogénio), existindo ainda metano e monóxido de carbono.

A densidade de Plutão ronda os 1,88 g/m3, valor obtido com mais precisão através da sonda New Horizons.

Plutão tem 5 satélites naturais atualmente conhecidos: Caronte, Nix, Hidra, Cérbero (antigo S/2011 (134340) 1) e Estige (antigo S/2012 P 1). Destes satélites podemos destacar Caronte, o maior de todos, com cerca de 1207 km de diâmetro, tendo aproximadamente metade do diâmetro de Plutão. Os outros satélites são bem mais pequenos, na ordem das dezenas de km de diâmetro.

Sublinhe-se que o diâmetro de Caronte é cerca de metade do tamanho de Plutão. A massa de Caronte é suficiente para fazer com que o centro de gravidade entre estes dois objetos fique fora de Plutão, ou seja, na realidade Plutão e Caronte orbitam ao redor de um ponto “vazio” no espaço (ainda que esse ponto esteja bem mais próximo de Plutão do que Caronte). Por causa disso, alguns astrónomos consideram o conjunto “Plutão – Caronte” como um planeta anão duplo.

Seguem-se algumas fotos de Plutão obtida pela sonda espacial New Horizons. Esta missão espacial permitiu-nos ter uma perspetiva deste planeta anão como nunca tínhamos tido antes. Pormenores da sua superfície foram revelados, bem como muitas informações que não seriam possíveis obter a partir da Terra, mesmo com o recurso aos melhores instrumentos de observação.

Plutão

Plutão – foto obtida pela New Horizons a uma distância de 768.000 km do planeta anão.

Detalhe da superfície de Plutão

Detalhe da superfície de Plutão. São visíveis montanhas que chegam a 3.500 metros de altura. Imagem obtida pela New Horizons.

Planície na superfície de Plutão

Detalhe da superfície de Plutão. Podemos observar uma planície, sem crateras. Imagem obtida pela New Horizons.

(artigo atualizado em 11/08/2015)

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