Urbain Le Verrier foi um astrónomo e matemático francês cuja sua principal contribuição para a astronomia foi a descoberta do planeta Neptuno em 1846. De seguida vamos apresentar uma breve biografia, um resumo de sua vida e obra.
Urbain Jean Joseph Le Verrier nasceu no dia 11 de Março de 1811 em Saint-Lô, França.
Depois de ter estudado durante cerca de oito anos no colégio de Saint-Lô, foi para um colégio em Caen onde estudou matemática. Posteriormente seguiu seus estudos em Paris.
Mais tarde decidiu seguir uma carreira cientifica, tendo trabalhado num laboratório de química. Depois disso passou a dedicar-se à astronomia. Entretanto em 1837 casou-se com Lucile Marie Clotilde Choquet (filha de um seu antigo professor). O casal acabou por ter três filhos.
O momento mais importante da carreira de Urbain Le Verrier surgiu em 1846 com a descoberta do planeta Neptuno. Urbain Le Verrier observou algumas anomalias na órbita do planeta Úrano, em relação à órbita que supostamente este planeta deveria de ter segundo a teoria da gravitação de Isaac Newton. Urbain Le Verrier colocou a hipótese de tal anomalia ser causada pela presença de um outro planeta então desconhecido.
Le Verrier calculou algumas características que o tal planeta desconhecido deveria de ter para que a órbita de Úrano fosse explicada. O astrónomo francês calculou a posição do suposto planeta e enviou a informação para o astrónomo Johann Galle do observatório de Berlim. O astrónomo alemão Johann Galle e seu assistente, o astrónomo dinamarquês Heinrich Louis d’Arrest, localizaram o planeta Neptuno na noite de 23 para 24 de Setembro de 1846.
Estava assim confirmada a existência de um novo planeta para lá do planeta Úrano. Esta descoberta também contribuiu para o reforço da credibilidade da teoria da gravitação universal de Isaac Newton, pois o planeta foi primeiramente previsto com base na teoria e só depois foi confirmada pela observação.
Houve alguma controvérsia sobre a paternidade da descoberta, pois o astrónomo britânico John Adams também teria previsto a localização de Neptuno, de forma independente de Urbain Le Verrier. Apesar disso, a descoberta do planeta Neptuno é normalmente atribuída a Le Verrier.
O sucesso desta descoberta através de cálculos matemáticos levou a que, mais tarde, Urbain Le Verrier viesse a propor a existência de um planeta que estaria mais próximo do Sol que o planeta Mercúrio. A órbita de Mercúrio apresentava algumas discrepâncias em relação ao que seria suposto com base na lei da gravitação. Assim, a existência de um planeta ainda não observado poderia explicar essas discrepâncias, tal como a existência de Neptuno tinha explicado as discrepâncias da órbita de Úrano. A este suposto novo planeta foi dado o nome de Vulcano.
O planeta Vulcano estaria muito próximo do Sol, e assim a sua observação seria difícil. Nas décadas seguintes vários astrónomos tentaram localizar Vulcano, e houve mesmo alguns astrónomos que anunciaram tê-lo observado. Porém, outros astrónomos contestavam essas observações e duvidavam da existência de Vulcano. Apenas no início do séc. XX (já depois da morte de Urbain Le Verrier) é que este assunto ficou definitivamente resolvido com a confirmação que o suposto planeta Vulcano na realidade não exista. A anomalia da órbita de Mercúrio seria entretanto explicada pela teoria da relatividade geral de Albert Einstein.
Na sua carreira de astrónomo, Urbain Le Verrier foi ainda nomeado diretor do Observatório de Paris em 30 de Janeiro de 1854. Porém, em 1870 ele foi destituído do cargo devido a problemas com outros astrónomos do observatório. Urbain Le Verrier acabou por voltar a assumir a cargo de diretor do Observatório de Paris em 1873, depois da morte de Charles-Eugène Delaunay que anteriormente lhe tinha sucedido. Urbain Le Verrier permaneceu no cargo até à sua morte.
Urbain Le Verrier faleceu no dia 23 de Setembro de 1877 em Paris.
